por Eduardo Weinhardt
[Abstract]
“More than once it has been pointed out in this blog that the separation between human and non-human has become even more diffuse in a society permeated by intelligent objects. Such assumption rises as un urgent need to find new approaches for a critical understanding of contemporary capitalist society. This post points out one possible path for this attempt in one of the latest books by Maurizio Lazzarato, Signs, Machines and Subjectivies (2014), specially considering the concept of “machinic enslavement” recovered by the author from the writings of Deleuze and Guattari.”
Há dois anos publiquei um texto neste blog recuperando uma antiga contenda sobre as implicações político-sociais de uma ontologia orientada a objetos e também suas potencialidades para desenvolver uma nova perspectiva crítica sobre o capitalismo. Na ocasião, retomei um texto bastante controverso de Galloway (2013) no qual ele defendia que, ao pregar a superação do correlacionismo, os realistas especulativos corriam o risco de descartar não só a fenomenologia, mas também grande parte do pensamento sócio-construtivista, inclusive “muito da segunda – e terceira – onda do feminismo, certos tipos de teoria crítica de raça, o projeto de política identitária no geral, teorias da pós-modernidade e muito dos estudos culturais” (2013, p. 357).
Embora antiga, a discussão remete a um tema ainda bastante relevante. Em mais de uma ocasião já foi comentado neste blog que, em uma sociedade permeada por objetos inteligentes, a separação entre humano e não-humano torna-se cada vez mais difusa, e, como já apontado por Santaella, o já problemático binômio sujeito-objeto mostra-se cada vez mais ultrapassado. Nesse sentido, é importante desenvolver novas abordagens para o entendimento do funcionamento da sociedade capitalista na busca por uma crítica capaz de desbravar novos possíveis caminhos de emancipação, principalmente no contexto de uma duradoura crise econômica e política de caráter global.
É tratando justamente de entender tal crise que o filósofo e sociólogo italiano Maurizio Lazzarato, radicado na França, retoma textos de Deleuze e Guattari (especialmente aqueles que Guattari escreveu sozinho) em uma de suas obras mais recentes: Signos, Máquinas e Subjetividades (2014). Segundo o autor, para entender o funcionamento do capitalismo e, portanto, da sociedade contemporânea, é importante considerar os elementos que operam no seu funcionamento de maneira independe à consciência humana. É neste ponto que os escritos de Lazzarato tornam-se particularmente interessante para nós. Continuar lendo