O Cântico dos Quânticos

por Marcelo Moreira Santos

[Abstract]: “The aim of this text is to explore the concept of consciousness from notions arising from Systems Theories, Peirce’s Semiotics and Lagarcha-Martínez’s Quantum Humanism. The aim is to probe the possibility of expanding this concept from the emerging synergistic complementarities and observe that consciousness is not something that belongs only to homo sapiens, it spreads through the ecosystem homeostasis existing in the cosmos.

Talvez você já tenha tido aquela experiência de olhar o firmamento e fazer certas perguntas que a humanidade se faz ao longo dos séculos diante de um cosmos prenhe de estrelas que dançam sobre as nossas cabeças como se tudo fosse tão magnificamente dosado que parece que o mistério e o milagre sejam as únicas respostas palpáveis a acalentar a nossa consciência.

Podemos cogitar que talvez os mistérios tenham o seu charme por não nos darem a segurança intelectiva que desejamos e é por isso que a vida não perde o seu brilho da manhã. O seu lugar de poesia. Por outro lado, ter a certeza dos milagres que nos cercam não deixa de nos fazer reconhecer o quão singular é a vida. O quão quântico é tudo que nos perfaz.

De fato, certos firmamentos nos fazem perceber o quão infinitesimal são as nossas reflexões a respeito do cosmos que nos cerca. Tateamos certas noções tentando pescar em nossas redes cognitivas alguns rincões de certeza, mas sabemos, que por mais que ousemos, algo sempre escorre pelos nossos dedos: o signo não consegue conter em suas cercanias o fogo-fátuo da vida. Alguma partícula sempre escapa aos nossos medidores interpretativos e, talvez, lidarmos com estas contingências nos liberte e nos aproxime de uma consciência, dita, quântica.

Continuar lendo

Trocando ideias – Conversação entre Lucia Santaella e Gustavo Rick

por Lucia Santaella e Gustavo Rick Amaral

[Abstract] “After eight years of existence of the research group Transobjeto, the dialogue between Lucia Santaella and Gustavo Rick do Amaral offers a brief critical review of these years of research.
The group was born under the effect of the international repercussion that the philosophical movement, under the name of Speculative Realism, was causing at those years.
The intention was to confront the realism proposed by the authors with Peirce’s realism.
The group did not rush into the confrontation. Years of study were dedicated to the various authors of the ER.
After this stage, maturity was acquired for a well-founded assessment of this philosophical movement. This is what Santaella and Amaral’s brief informal dialogue is about.

 

Caro Gustavo,

Seu texto no Transobjeto, “Pandemias, câmeras, replicantes, gaiolas-de-aço e o Vidro Azul do Visconde de Sabugosa”, publicado em 1 junho, 20, que só pude ler hoje, está espetacular.

Muitas coincidências de pensamento com o livro que estou escrevendo e que, certamente, citará muito seu texto.

Juro que é pena estar em um blog.

Há textos tão complexos que têm que ser publicados em outro lugar, ou seja, um meio mais sofisticado.

Mas, ao fim e ao cabo, parece até melhor termos mesmo o nosso reduto secreto. Aliás, o TO nasceu da Vida Secreta dos Objetos. Hoje se transformou na vida secreta do pensamento fértil que tratamos de alimentar no comum que criamos. Continuar lendo

Pandemias, câmeras, replicantes, gaiolas-de-aço e o Vidro Azul do Visconde de Sabugosa

por Gustavo Rick Amaral

[Abstract]: “This text is a short essay on some of the philosophical issues surrounding the development of Artificial Intelligence and its relation to some new proposals in the field of ontology and epistemology, specifically those that come from the Speculative Realism movement. The main argument of this essay is directed at establishing the following thesis: the Speculative Realism movement is a contemporary philosophical response to a fundamental tension between the “iron cage” of the pos-Kantian dominant forms of epistemologies and the speculative freedom of the pre-Kantian metaphysics. This fundamental tension is not restricted to the realm of philosophical modern thought. It is constitutive of the historical-cultural process of modernization itself.”

 

Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo (…)
Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente
O sol nascente é tão belo

(Gilberto Gil musicando as saborosas
ficcionalidades imaginadas por Monteiro
Lobato na obra Sítio do Pica-pau Amarelo)

 

Para explicarmos algumas de nossas capacidades naturais, é bastante comum recorrermos a artefatos que inventamos: tratamos a percepção auditiva e visual, por exemplo, como se fosse um dispositivo de captação de som e imagem; lidamos com a memória como se fosse um artefato em que gravamos informações (incialmente, papiros, papéis e livros; mais recentemente, fitas, discos, etc.); consideramos o raciocínio e outras capacidades cognitivas superiores como se fossem operações realizadas por computadores e assim por diante. Quando, nas últimas décadas, surgiram dentro do campo das ciências cognitivas perspectivas teóricas centradas no corpo e na ação como a abordagem da cognição corporificada e a cognição situada, percebeu-se, desde então, um esforço para se evitar que as explicações do funcionamento da mente humana recorram a imagens de máquinas e outros sistemas não-orgânicos. Neste mesmo período, enquanto estas abordagens a respeito da cognição humana ganhavam terreno em seu campo científico, as pesquisas dentro da área da Inteligência Artificial avançavam a passos largos, o que vem nos levando aos poucos para a paradoxal situação em que artefatos humanos estão ficando cada vez parecidos com seus criadores. Este paradoxo é aparente. Ele deve se dissolver tão logo tenhamos enfraquecido definitivamente o dualismo cartesiano, fundante da modernidade filosófica e altamente influente ainda hoje na forma como falamos e pensamos a respeito da cognição humana.  E esse dia não está longe.

Aproveitemos estas linhas iniciais para chamar atenção do leitor para uma temática que atravessará todo este pequeno ensaio: parece haver uma mudança profunda no campo gravitacional dentro do qual giram todas as questões referentes à relação homem-máquina (criador-criatura) que nos colocamos atualmente juntamente com temas a elas intimamente relacionados (como emoção, percepção e cognição humanas, inteligência artificial, aprendizagem de máquinas, algoritmos, etc.). Se fecharmos o foco (para nos facilitar o entendimento) nos estudos da cognição humana, esta mudança profunda à qual nos referimos é a transição de um campo cujo centro gravitacional estava numa abordagem geral dualista para um campo cujo centro está localizado numa abordagem geral pragmática (aos fenômenos da cognição). O movimento específico dentro do campo das ciências cognitivas que agora testemunhamos de ascensão dessas abordagens centradas no corpo e na ação nos apresenta teses fundamentais e argumentações gerais em relação à cognição humana que foram antecipadas pelo pragmatismo, corrente filosófica inaugurada ao final do século XIX pelo filósofo e lógico norte-americano Charles Sanders Peirce.

  Continuar lendo

O que é Filosofia Especulativa? – Parte 03

por Rodrigo Petronio

[Abstract]: “This essay has the following objectives: 1. To investigate the main meanings of the concept of speculative philosophy and their respective aspects, authors and works. 2. Distinguish the general and restricted uses of the concept of speculation and speculative philosophy. 3. Explore the relationship between ontology and speculation in the 20th century. 4. Describe the centrality of the concept of infinity and transfinites to speculative philosophy. 5. Emphasize the importance of cosmology and ontology for the renewal of speculative philosophy. 6. Position the new status that speculation assumes in the media theory entitled mesology. 7. Describe the Transdimensional Topologies (TT) that emerge from this new statute. 8. Define this new speculative philosophy’s statute as Future Oriented Philosophy (FOF). 9. Analyze the main changes in the categories of time, space and causality promoted by this new definition of speculation and speculative philosophy.”

Topologias Transdimensionais (TT)

Entretanto, o que seria a especulação? Qual o papel da filosofia especulativa no organismo da mesologia? Em termos sucintos, a filosofia especulativa é uma filosofia que tem um compromisso radical com a variabilidade do universo-espelho e com as virtualidades da existência. Para tanto, um dos eixos de orientação do pensamento especulativo é o que tenho denominado como Topologias Transdimensionais (TT). A transdimensionalidade se distingue da multi, da inter e da pluridimensionalidade. A multidimensionalidade pressupõe a justaposição de muitas dimensões, mas não necessariamente uma variação estrutural e fatorial das leis de cada dimensão, de acordo com as interações que mantenham entre si. A interdimensionalidade pressupõe alguns planos de intersecção, de cruzamentos e de interconexões entre universos-dimensões. Porém, como o prefixo inter insinua, esta dimensionalidade realça o que ocorre entre e não necessariamente o que decorre das metamorfoses estruturais, substanciais e essenciais dessas intersecções no que diz respeito a cada universo e a cada dimensão. Por seu turno, a pluridimensionalidade pressupõe uma implicação e um imbricação de diversas universos-dimensões. Constitui uma das primeiras emergências dos pluriversos em termos dos mesons. Mas podemos dizer que esse emaranhado pluridimensional de pluriversos inscritos em dimensões distintas, sendo uma primeira emergência, ainda não descreve a totalidade das simetrias entre transversais de todos os pluriversos e dimensões do cosmos e dos mesocosmos. E, por isso, que se torna imperativo recorrermos à quarta categoria: as topologias transdimensionais. Continuar lendo

O coronavírus tira-nos das ruas, oferecendo-nos a vida virtual: Reflexão sobre o mundo pós lockdown

por Dora Kaufman

[Abstract]: “The number of texts by thinkers of the most diverse specialties is very large, mostly philosophers who are presenting their reflections on the current state and the harbingers of the future that the coronavirus is causing. This article makes a critical assessment of the major themes, evaluating the weights and measures that deserve to be exposed”

“Eu tenho coronavírus, porque, embora pareça que a doença ainda não entrou no meu corpo, os entes queridos a têm; porque o coronavírus está passando por cidades pelas quais passei nas últimas semanas; porque o coronavírus mudou com um trinado de dedos como se fosse um milagre, uma catástrofe, uma tragédia sem remédio, absolutamente tudo”, assim María Galindo (p.119), ativista boliviana, inicia seu artigo publicado na coletânea “Sopa Wuhan” (2020). E prossegue ressaltando a impossibilidade no momento de agir ou pensar sem o coronavírus no meio, ao eliminar o espaço social mais vital e democrático que são as ruas e nos oferecer o domínio da vida virtual. Plenamente de acordo, não tenho como evitar o tema do COVID-19.

O vírus pegou o mundo num momento de crise – política, econômica, moral, ética – em que predomina a insegurança e a incerteza sobre o futuro; talvez isso justifique o clima (ou desejo?) de que “o mundo não será o mesmo pós COVID-19”. Os textos da coletânea “Sopa Wuham” ilustram esse sentimento: “Mas talvez outro vírus ideológico, e muito mais benéfico, se espalhe e esperançosamente nos infecte: o vírus do pensamento de uma sociedade alternativa, uma sociedade além do Estado-nação, uma sociedade que se atualiza em formas de solidariedade e cooperação global”, vaticina Slavoj Žižek (p.22); Giorgio Agamben (p.137), que cometeu um equívoco em seu artigo de fevereiro, em março,  torna-se esperançoso de que “Por esse motivo – uma vez declarada a emergência, a praga, se assim for -, não acho que, pelo menos para os que mantiveram o mínimo de clareza, será possível viver como antes”. Continuar lendo

A imagem como tecnologia simbólica

Img_CamilaMangueira_paraTransobjeto

por Camila Mangueira Soares

[Abstract] This essay is dedicated to the understanding of the image as a symbolic technology. It aims to contribute to the discussion regarding the phenomena of image expansion as a cultural, technological, sign processing. Sharing these ideas, by starting with some thoughts of Vilém Flusser, I expect to spark some conversations with respect to how certain languages intersect to the image field and compose increasingly complex codes and processes.

Esse post é dedicado à percepção da imagem como tecnologia simbólica. A intenção é a de colaborar com a discussão sobre os fenômenos de expansão da imagem como um processo cultural, tecnológico, sígnico. Com isso, e partindo de algumas ideias de Vilém Flusser, espero lançar algumas luzes sobre como certas linguagens se interseccionam no campo da imagem e compõem códigos e processos de códigos cada vez mais complexos.

Flusser foi, conforme nos lembra Winfried Nöth (2009), um dos primeiros teóricos das mídias a discutir símbolos como mediadores entre cultura e natureza. Um olhar mais atento para a suas ideias sobre a escalada da abstração (1983) e uma nova imaginação (1989, 2007), desenvolvidas no contexto de sua teoria sobre as imagens técnicas, pode nos dar algumas informações valorosas para compreendermos a evolução da imagem como símbolo, código, instrumento, tecnologia. Vejamos, então, a seguir, a relação entre esses textos em direção ao pensamento sobre imagem.

De acordo com Flusser (1983), imagens tradicionais representam algo geralmente externo à imagem em si. Elas podem ser entendidas como alguma coisa que ocupa um lugar no espaço e tempo, e que se tornam compreensíveis para nós por meio de abstrações. Essa qualidade é essencial para que possamos compreender as mensagens que as imagens carregam. Essas mensagens codificam eventos em situações, processos e cenas. Flusser (1983) adiciona que essas imagens funcionam como mapas capazes de guiar os humanos no mundo.

Continuar lendo

Alguns questionamentos que se pretendem inteligentes sobre a artificialidade

por Odécio Souza

[Abstract]
“For the purpose of this publication, I take questions that I consider basic, addressing the so-called Artificial Intelligence (AI). These questions are intended to refer to the nomenclature of this intricate and multidisciplinary science, to say something about its feasibility, and to introduce some analysis of the morality to which it applies, and hence the ethics to be expected of it.
Note that by AI you can take both, a whole field of scientific research and technological development, and – by looking at your own smartphone – a voice recognition “App”. This is my first question: Does such a broad possibility not require scrutiny that allows a better understanding of what it refers to?”

Sumário

Como objetivo desta publicação, tomo questões que considero básicas e que se dirigem à assim chamada Inteligência Artificial (IA). Estas questões pretendem referenciar a nomenclatura dessa intrincada e multidisciplinar ciência, dizer algo sobre sua exequibilidade, e introduzir alguma análise a respeito da moral que a ela se aplica, portanto, a ética que dela se espera.

Observe-se que por IA pode-se tomar ambos, tanto todo um campo de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico, quanto – ao observar seu próprio smartphone – um “App[1]” de reconhecimento de voz. Está aí meu primeiro questionamento: Uma possibilidade assim ampla não carece de um escrutínio que permita um melhor entendimento sobre o que se refere?

odecio

 

Alcunha

Ao citar a polarização entre IA Fraca e IA Forte, Cabral (2019) reproduz uma visão que julgo perigosa e superficial.[2] Não desejo, com tal assertiva, rivalizar com ele, ou contestar sua exposição, mas opinar que a IA, enquanto matéria fecunda e intensa, merece, no cenário presente, uma ontologia melhor.

Tomo ontologia como a necessidade de análise de um conjunto de saberes, ou “parte da filosofia que estuda a natureza dos seres, o ser enquanto ser.” (Aulete, s.v. “ontologia”). Desejo argumentar que a natureza da pressuposta inteligência exercida por máquinas carece de explicações mais esclarecedoras, detalhadas de uma forma melhor. É óbvio que o estudioso da IA conhece seus níveis, possibilidades e limitações, mas estaria alguém realizando o devido esclarecimento sobre essa matéria para os não especialistas? Continuar lendo

Realidades adicionais estão a caminho

por Lucia Santaella

[Abstract] “The convergence of what we call the real world with simulated content is leading to the emergence of new environments: Virtual Reality (VR) and Augmented Reality (AR) that also respond by the name of Mixed Reality, Hybrid Reality, Extended Reality and Expanded Reality. The nomenclature is not new for technological artists who, since the end of the last century, had already performed experiments of this order. However, new and more sophisticated features are allowing the emergence of additional realities that are gearing up for mass adoption. This article will present the new trends that are announced and suggest that, in a very short time, the notion of reality that until today we have conceived will be placed under interrogation.”

A convergência daquilo que chamamos de mundo real com conteúdos simulados está conduzindo à emergência de novos ambientes: Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA) que também respondem pelo nome de Realidade Mista, Realidade Híbrida, Realidade Estendida e Realidade Expandida. A nomenclatura não é novidade para os artistas tecnológicos que, desde o final do século passado, já realizavam experimentos dessa ordem, o que só vem, mais uma vez, comprovar que os artistas sempre tomam a dianteira em relação ao que virá.

Antecipações artísticas

No início dos anos 2000, Lev Manovich (apud Souza e Silva 2004, p. 282) chamava atenção para onde o uso artístico dos ambientes expandidos poderia levar.

O espaço aumentado pode ser pensado como o passo seguinte na trajetória de uma parede plana para um espaço 3D. Já há algumas décadas, os artistas lidam com todo o espaço da galeria; em vez de criarem um objeto que o observador deveria “olhar”, os artistas colocaram o observador “dentro” desse objeto. Hoje, junto com os museus, os artistas possuem um novo desafio: colocar o usuário dentro de um espaço preenchido com dados dinâmicos e contextuais, com os quais o usuário pode interagir.

De fato, embora estejam ainda dando seus primeiros passos rumo a sua popularização em uma indústria madura, a RV e a RA prometem se tornar corriqueiras em menos tempo do que imaginamos. Considera-se que o termo Realidade Virtual tenha sido criado por Jaron Lanier para se referir a ambientes de dados que, com a ajuda de acessórios como luvas e capacete, eram capazes de fornecer ao usuário um alto grau de vividez e imersão sensória total. Continuar lendo

Centro de Pesquisa Stanford HAI vs FAPESP-IBM: inspirações e aprendizados

por Dora Kaufman

[Abstract]: “There are large differences between Stanford HAI and IBM – FAPESP Center – investment volume (1 billion dollars vs. 10 million dollars / 10 years), scientific production and insertion in the field of AI of the American university vs any university in São Paulo, consequently visibility and potential global impact – the common point is the recognition of the relevance of AI in the XXI century society. One aspect, however, can be inspired by Stanford: social impacts are inherent in technological development and must be addressed in each project (rather than in isolation, as social and sustainability projects are usually addressed by companies). New technologies or processes produce macro effects (ethical, social, labor market, business models, skills) and micro effects circumscribed to the application area / region.

 

A universidade de Stanford lançou o Stanford HAI, centro de pesquisa em inteligência artificial (IA), num Simpósio em 18 de março último com a participação de expoentes pesquisadores e empreendedores. No dia seguinte, 19 de março, a IBM e a FAPESP debateram com a comunidade acadêmica paulista o edital para a criação de um centro de pesquisa em IA. Não obstante as diferenças de realidades, motivações e escopos, a coincidência de datas estimula uma reflexão; o ponto em comum das duas iniciativas é o reconhecimento da relevância da IA na sociedade do Século XXI.

Desde os primórdios do campo (1956), Stanford tem tido papel de destaque na formação de parte considerável dos especialistas que atuam em universidades e em empresas mundo afora. Fundado em 1962 por um dos “pais” da IA, John McCarthy, o SAIL (Stanford Artificial Intelligence Lab) tem se  mantido na vanguarda da pesquisa e do ensino, contribuindo com investigações e aplicações inovadoras fundamentais em distintas áreas. O Stanford HAI surge em resposta à pressão da sociedade pelo entendimento e equacionamento dos impactos sociais e éticos, particularmente sobre à comunidade do Vale do Silício. Continuar lendo

Saiba como foi a palestra INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: QUEM SERÃO OS GANHADORES?, de Ana Paula Assis

Por Isabel Jungk

[Abstract]: “The Postgraduate Program in Technologies of Intelligence and Digital Design at São Paulo Catholic University (http://www.pucsp.br/pos/tidd/), under the guidance of Lucia Santaella, received this week Ana Paula Assis, President of IBM Latin America with more than 20 years of IT experience. The lecture was mediated by Dora Kaufman, researcher in digital transformation and its impacts.
The speaker explained the key points to reflect on the consequences of the increasing use of artificial intelligence, and pointed out that AI is and will continue to be a factor of advancement, progress and development for industry and society in the coming years, generating new jobs for which it is necessary to enable ourselves in a continuous learning process.
After the lecture, three books on the theme were released: Desafios humanos no contemporâneo, edited by Lucia Santaella; A inteligência artificial irá suplantar a inteligência humana?, by Dora Kaufman, and Artificial Intelligences. Essays on inorganic and nonbiological systems, edited by Alexandre Quaresma.”

Nesta segunda, dia 18/03/2019, às 17hs, no auditório da Rua Marquês de Paranaguá, 111, Campus Consolação, o Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TIDD/PUC-SP), coordenado pela professora Lucia Santaella, recebeu Ana Paula Assis, Presidente da IBM América Latina com mais de 20 anos de experiência internacional na indústria de TI e reconhecida formadora de opinião em inteligência artificial e responsabilidade de dados.  A palestra contou com a mediação de Dora Kaufman, pesquisadora em transformação digital e seus impactos.

ana_paula
Ana Paula Assis, Presidente da IBM América Latina, 
no TIDD/PUC-SP, Março/2019.

Falando aos alunos e convidados do TIDD durante aproximadamente uma hora, Ana Paula levantou pontos fundamentais para pensar as consequências das novas tecnologias. Fazendo a ponte entre a indústria e a sociedade, o mercado e a academia, a executiva deixou claro que, apesar das polêmicas que vem suscitando, a inteligência artificial será um fator de avanço, de progresso e desenvolvimento no presente e no futuro. Continuar lendo