por Rodrigo Petronio
[Abstract]:
“Cosmology has a central place in Alfred North Whitehead’s work. One could venture to say that Whitehead’s inquiries into cosmology furnish the access to his entire philosophy. I shall begin my talk by presenting a few aspects of the problem of the plurality of worlds in the debates found in contemporary philosophy. I hold that Whitehead is the key figure to overcome the aporias in which this debate finds itself at present. Next, I will analyze the main points of Whitehead’s cosmology as exposed in Process and Reality. I will end with an attempt to show where mesology is continuous with process philosophy, and where it departs from it: to what extent mesology is a literal unfolding of organism philosophy, and to what extent it steps away from Whitehead, and ventures on into trails off the beaten track.”
Introdução
A cosmologia se encontra no âmago da obra de Alfred North Whitehead. Poder-se-ia dizer que a sua investigação sobre cosmologia fornece as chaves de acesso a toda sua filosofia. Embora a cosmologia seja abordada de modo paulatino ao longo das décadas de 1910 e de 1920, sobretudo em The Concept of Nature [1920], sua formalização mais acabada se encontra em Process and Reality: An Essay in Cosmology [1929], obra que pode ser vista como uma inflexão decisiva no percurso dessa investigação. Também é considerada por muitos especialistas o opus magnum do eminente pensador de Ramsgate. Há anos a obra de Whitehead tem dado diversos subsídios a uma teoria que tenho desenvolvido e que se intitula mesologia, do grego mesons, que significa meio.
A mesologia é uma ontologia corpuscular e uma cosmologia relacional que tem na filosofia do organismo de Whitehead um de seus principais pontos de partida. Como unidade formal dos intervalos e como formas relacionais, os mesons não são substâncias nem qualidades, e, portanto, como os organismos, não podem ser descritos a partir dos esquemas categoriais sujeito-predicado. A mesologia tampouco se ocupa de substâncias simples, pois o cosmos é um emaranhado de composições e de vastos continentes de complexidade distribuída. Os mesons são as unidades relacionais que articulam um meio-circundante comum. As infinidades de meios-circundantes se participam mutuamente entre si, constituindo meios-mundos. Os meios-mundos são emaranhados de séries infinitas orientadas de modo não-linear. Continuar lendo