Uma conferência apócrifa

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por Maria Ribeiro

O título arremeda um outro, escrito por Antonin Artaud, sua Conferência apócrifa”. Em 1931, Artaud foi convidado pelo grupo L’Effort para uma exposição sobre o “destino do teatro”. Tendo feito uso de termos filosóficos, ainda que ciente de certa inabilidade para as coisas da filosofia, assistiu a platéia meter-se debaixo de um profundo silêncio. Continuar lendo

Aprender a filosofar na Era Técnica

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Óleo sobre tela de
Stefan Zsaitsists

Por Maria Ribeiro

“Claro que se começava a entrar num novo mundo. Uma ação mais poderosa deitara abaixo os deuses; o brilho das coisas era já o brilho exclusivo das coisas, uma fogueira tinha luz devido à sua matéria concreta, o divino já não era um elemento que ilumina ainda mais, era simplesmente uma outra coisa, fora, já da oposição claro/escuro. A eletricidade, dizia Lenz, tornara ridículas certas intuições sobre o divino. Não se pode confundir o que mete medo e respeito com uma eletricidade potente”. Gonçalo Tavares (2008:31)

 No romance Aprender a rezar na era da técnica, o escritor angolano Gonçalo M. Tavares (1970- ) inventaria a existência da família Buchmann, com especial atenção para os episódios vividos pelo doutor Lenz Buchmann, “a mão que segura o bisturi”. Continuar lendo