Cômputo raro na Terra

por Alessandro Mancio de Camargo

[Abstract] In order to quit of any denials about climate change, how quantum computing can lead a new Earth beat? Based thereon, the posting remark technological products, such as those obtained from rare earth elements used as raw material in nanotechnological components, which are fundamental for the new data processing machines to solve in seconds, and not in years, complex climate problems.

O clima na Terra segue alterado de forma sem precedentes em milhares de anos na história da natureza, senão a centenas de milhares de anos. E algumas dessas mudanças postas em movimento – como o aumento contínuo do nível do mar – são irreversíveis ao longo das próximas centenas a milhares de anos [1].

O alerta faz parte de um primeiro rascunho do AR6 (Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) divulgado no início de agosto pelo IPCC. Publicado para discussão entre os formuladores de políticas públicas, o documento antecipa dados da versão final do trabalho, a ser divulgada em fevereiro de 2022.

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A fórmula* P = C (T1) < C (T2) e as redes 5G

por Alessandro Mancio de Camargo

[Abstract] “Belief that the crack in the forest is caused by the wind, although it is the beast’s impulse preparing to attack, can cost one life. But the opposite is more likely, following the headline’s formula* [P = C (T1) <C (T2), in other words Patternicity = Cost of cognitive error 1 less than Cost of cognitive error 2 (SHERMER, 2012)], where: unknown buzz indicates danger and the cost of believing it always seems less expensive than thinking otherwise. With the emergence of 5G technology, the same thing would happen.”

Invadir florestas para extrair madeira e minérios; passar fogo no mato para abrir espaço e depois pleitear a posse da terra devoluta — reserva sem destinação do poder público. Uma trilha intensamente adotada como indica a destruição desordenada de diversos biomas brasileiros em 2020.

Para quem segue essa trilha, mesmo com incêndio fora de controle, o pedágio parece mais baixo — ou o caminho menos cansativo e/ou mais rápido — do que apostar num outro rumo, que valoriza os estoques dos recursos florestais em vez do fluxo acelerado de bens e a alta densidade populacional.

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Securitização da mente

por Alessandro Mancio de Camargo

 [Abstract] “This posting encourages the reflection about the relational logics aimed at the potential of several mental process – as seen in fuzzy domestic garden and forest, equitably linked to complete, deep and interactive networks –, in order to meet and understand ecosystem needs to enhance cooperation between the different modes of relations and cognitive exchanges existing in the Earth.”

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De cunho mais racional, na tradição ocidental, ou instintivo, no pensamento do Oriente, a consciência pode ser entendida como parte da dinâmica que se estabelece entre percepções, impressões, autonomias vinculadas a qualquer acontecimento real ou imaginário. Assim, 14 tipos de manifestações seriam associados a ela, conforme definição do movimento indiano Brahma Kumaris (RIBEIRO, 2013). Mesmo com essa diversidade, especula-se que, em até 50 anos, a consciência poderá ser transferida de um corpo de carbono para uma pastilha de silício ou grafeno a serviço da Inteligência Artificial ou IA (WATSON, 2010). Mas a que preço?

Antes de efetivar a previsão de uma IA forte, no sentido de integrar a consciência de forma plena ao avanço digital, o escopo das manifestações ditas conscientes já está menos diversificado. A taxa de extinção de espécies animais no século XX foi até 100 vezes maior do que teria sido normal sem o impacto das redes tecnológicas criadas posteriormente à Revolução Industrial, por exemplo (CAMARGO, 2018). Acontecimentos como esse levam à uma redução da consciência ecológica à medida que mais e mais espécies são expulsas de seus habitats originais e deixam de atuar em situações corriqueiras da condição humana ou ecossistêmica, tais como coletar os próprios alimentos, germinar, procriar, dedicar mais tempo ao sono. Continuar lendo

Arranjos inteligentes

por Alessandro Mancio de Camargo

[Abstract]

“Smart arrangements. Both the more traditional and the more disruptive languages aim to promote reasonings not necessarily related to the truth of the facts. Thus, fictions have been sustained to universalize all possible kinds of paradigms, even those that are more biased and therefore unfeasible over time. In this framework, intelligent collectives perform reasoning tasks more appropriately than individuals. However, nowadays this only happens if there is training and access to the new dynamic bases of digital culture: blockchain, firmware, biohacking, IoT.”

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Fonte da imagem royaltie free: Pexels/pixabay.com

 

A capacidade humana de criar linguagens, conquistada e compartilhada ao longo de dezenas de milhares de anos em sintonia com a evolução das habilidades cognitivas (CHOMSKY, 2014) – tais como aprendizado, memória, autocontrole do pensamento, comunicação –, garantiu uma vantagem competitiva sem igual no ecossistema. Vide o desenvolvimento da linguagem agrícola, utilizada para promover operações, técnicas e métodos necessários à cultura vegetal e à criação animal para multiplicar a produção de alimentos de forma a abastecer bilhões de pessoas no século XXI (CONWAY, 2003).

Uma explicação plausível para evolução das linguagens é a necessária relação com o outro, independentemente de este ser uma pessoa ou um campo de trigo (CAMARGO, 2016a). Portanto, fato fundamental para expansão e aprimoramento das linguagens é a contínua universalização de suas habilidades por meio de um sistema de transmissão, relação e troca de suas capacidades, particularmente aquelas voltadas a conquistar a atenção e o interesse dos outros. Educação necessária para a sobrevivência em grupo e que segue válida na sociedade em rede (CAMARGO, 2016b). Continuar lendo

Dust Bowl

 

Montagem-Ilustracao-post-TransObjeto_30062017Trator (1910); tempestade de areia; crianças com proteção; seca
(Crédito/Reprodução: http://www.pbs.org/kenburns/dustbowl/legacy/)

 

por Alessandro Mancio de Camargo

[Abstract]:
“Dust Bowl is a climactic phenomenon which for 10 years caused dust storms during 1930s that greatly damaged the ecology and agriculture of the Midwest in US (Texas, Oklahoma, Kansas). Its causes have largely documented in agricultural history. In this post it is used like as a preliminary example of technography.”

“Nós apenas precisamos de alguém com a coragem de dizer o que precisa ser dito”. A frase anunciada pelo presidente dos Estados Unidos (EUA) Donald Trump faz parte do seu projeto programático para tornar a América poderosa novamente, conforme o livro Great Again: How to Fix Our Crippled America, lançado antes de ele ser eleito e que no Brasil foi traduzido pela Editora Citadel (América Debilitada, 2016).

Esse projeto programático já se posicionava sobre o clima do planeta [1; 2]. “Admito que a mudança climática esteja causando alguns problemas: ela nos faz gastar bilhões de dólares no desenvolvimento de tecnologias que não precisamos”, declarava cerca de um ano antes de anunciar, em maio de 2017, o desembarque do Acordo de Paris, tratado internacional com vistas a reduzir o aquecimento global.   Continuar lendo

Inovação articulada pela ecologia

por Alessandro Mancio de Camargo

Innovation pivoted by ecology

 [Abstract]

“Apple and Amazon, two brands whose achievements echo the digital revolution, will open new headquarters by 2018. All kind of relationship in these facilites will be pivoted around issues like: people, nature and technology. The goal is to provide an environment that encourages innovation, although at first view it suggests just a marketing strategy.”

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Apple e Amazon, duas marcas cujas realizações tecnológicas fazem eco à revolução digital, vão inaugurar até 2018 suas novas sedes. Os dois projetos são marcados pela reintegração entre o homem e a natureza. Com esses investimentos, que num primeiro momento parecem apenas ser pautados pelo marketing arquitetônico, o objetivo de ambas é proporcionar um ambiente mais fértil para criatividade dos funcionários [1].

Numa área total construída equivalente a 37 campos de futebol, numa região degradada do centro de Seattle, nos Estados Unidos, a Amazon ergue três aranhas-céus integrados à rua por meio de uma série de estufas em formato de esferas de até 30 metros de altura. Três mil espécies de plantas crescerão no lugar, que contará com áreas de convivência e trabalho abertas a visitantes.

Em Cupertino (Califórnia), a Apple está prestes a concluir seu Campus II em formato circular, como um disco voador. Os 260 mil metros quadrados da construção serão cercados por muito verde, luz e ar fresco proveniente de milhares de árvores distribuídas de forma a reproduzir o ecossistema da região. Continuar lendo

Paradigma, controvérsia e incomensurabilidade

por Alessandro Mancio de Camargo

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O surgimento de divisões é observado em todos os campos da vida e da cultura. Muitas vezes é só diferença de ponto de vista, urdida em torno de um mesmo objeto. Outras, pode comprometer o trabalho de um grande grupo de pesquisadores. Mas a existência de crenças, mudanças de posição e disparates conceituais faz parte do útil embate para construir valores nos campos da ciência, arte e filosofia.

A constelação de crenças, valores, técnicas partilhadas pelos pesquisadores — os chamados paradigmas — são fontes de inúmeros dissabores e controvérsias, ou seja, discordâncias de opinião, mudanças de posição e incertezas entre os integrantes de uma mesma comunidade. O tema está presente, por exemplo, num post publicado por Graham Harman (1), cuja tradução está disponível em português (2). Continuar lendo

OOO: revigorante das formas de se adquirir conhecimento

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por Alessandro Mancio de Camargo

Assim como a linguagem científica praticada, por exemplo, pelos físicos, a tradição oral — com suas idiossincrasias — avança nos modos de conexão à realidade. Faz isso de forma amplificada por “máquinas desejantes” — parafraseando Guattari (1996, p. 205)— altamente persuasivas. Pós-humano, web 3.0, as interfaces entre a natureza e o corpo. Espaços distintos da sociedade em rede ocupados por objetos sencientes intercomunicantes. As consequências dessa narrativa podem ser interpretadas no premiado Comunicação Ubíqua, de Santaella (2013). Num recorte pessoal do livro, humanos e objetos têm hoje a capacidade de se aproximar de diversas realidades, obter e trocar mais dados sobre elas por meio do diálogo com outros objetos e pessoas, numa velocidade, volume e variedade de informações nunca antes atingidos. O interesse deste post é discutir como, nesse ambiente, revigoram-se diferentes formas de adquirir conhecimento (MATTAR, 2014). Continuar lendo

“É a economia, estúpido!”

Marcus

por Alessandro Mancio de Camargo

O recado de James Carville* reproduzido no título deste post, “É a economia, estúpido!”, adquiriu no decorrer do tempo status de citação universal; ou de meme, para falta de juízo. Neste sentido, é retomado aqui como alerta para quem ainda insiste na “[…] ingênua hierarquia dualista entre sujeito ativo e objeto passivo […]”, anacronismo discutido no texto “Rede, social e inteligência compartilhada” (CARDOSO, 2014) e nas demais publicações deste blog, atualizado pelos integrantes do grupo de estudos TransObjeto. Continuar lendo

O Ser e O Acontecimento

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Por Alessandro Mancio de Camargo

Alain Badiou é o filósofo francês que, ao assinar o prefácio de After Finitude, avalizou as ideias contidas neste livro escrito por Quentin Meillassoux, responsável por alavancar o interesse mundial em torno do realismo especulativo — leia texto sobre isso aqui. Não por acaso, a filosofia de Badiou é um dos alicerces do movimento filosófico pesquisado pelo Grupo de Estudo TransObjeto. Continuar lendo