por Clayton Policarpo
[Abstract]
“As algorithms and machines threaten to take on works performed by humans, artistic creation emerges as another candidate for technology automation. The present paper proposes to deal with the approximations between Artificial Intelligence and Art from approaches in the field of computational creativity, theories of art and examples of works that use data processing technologies.”
Figura 1. Detalhe do CloudPainter, projeto vencedor do RobotArt 2018. (http://www.cloudpainter.com/)
Introdução: no princípio era o código…
Diante do surgimento de máquinas capazes de processar grandes quantidades de dados e um investimento de capital sem precedentes, a Inteligência Artificial (IA) tem se estabelecido nos últimos anos no topo das discussões. A evolução de algoritmos de Deep Learning e Machine Learning parece suplantar as expectativas futurísticas que eram atribuídas às tecnologias de realidade virtual e internet das coisas. À medida que algoritmos e máquinas ameaçam assumir tarefas até então realizadas por humanos, a criação artística desponta na posição de mais uma candidata à automatização. Em meio a cenários de utopias e distopias, o debate candente acerca das máquinas pensantes e suas propriedades criativas adentram os territórios da arte.
É certo que não há consenso sobre a capacidade de máquinas se expressarem artisticamente. Embora existam redes neurais que podem reproduzir um Van Gogh , ou algoritmos que compõem sinfonias completas, não podemos afirmar que o resultado de tais experiências seja, de fato, arte. Historicamente, a produção em arte e tecnologia sempre esteve diante de entraves quanto à legitimidade das obras criadas e/ou a natureza da ação. Tais manifestações não contam com disposições preestabelecidas para os artistas, tanto menos para os críticos (SANTAELLA, 2016, p. 231). Continuar lendo